Publicado em 04/12/2024A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima uma retração de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2024, em contraste com o crescimento de 16,3% registrado em 2023. A projeção inicial, que deve ser revisada após os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considera o desempenho até o terceiro trimestre deste ano. Segundo Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da CNA, os resultados acumulados até setembro mostram queda de 3,5% no PIB do setor, acima do esperado.
"O desempenho no quarto trimestre pode aliviar a queda anual, especialmente pelos bons resultados esperados para as proteínas, com destaque para a carne bovina", afirmou Conchon. Ele explicou que o aumento sazonal no consumo devido às festas de fim de ano e o fortalecimento das exportações, impulsionado pelo dólar em torno de R$ 6, devem favorecer o setor.
Carne bovina como destaque
A carne bovina é apontada como a principal força para mitigar os impactos negativos no último trimestre de 2024. "A produção de carnes será o carro-chefe, sustentada pela demanda interna e pelo mercado externo", destacou Conchon.
Apesar da recuperação prevista para as proteínas, a queda acumulada no PIB agropecuário foi influenciada pela quebra de safras de grãos, como soja e milho, além de produtos como cacau, laranja e uva. Esses fatores, segundo Conchon, tiveram impactos regionais e nacionais, dado que os grãos representam a maior parte do desempenho do setor.
Em contrapartida, as maiores produções de algodão, trigo e aveia ajudaram a limitar as perdas. "Essas culturas, no entanto, têm impacto mais regional e não conseguem puxar o PIB do agro para cima de forma significativa", observou.