Publicado em 04/10/2024Os preços dos lácteos, já elevados nos supermercados, podem subir ainda mais. A prolongada seca no Centro-Sul do Brasil, região que concentra boa parte da produção de leite, afetou a captação da matéria-prima, levando os laticínios a pagarem mais por ela no último mês. A escassez de chuvas impactou pastagens em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, principais bacias leiteiras.
Segundo a Scot Consultoria, a captação de leite em agosto subiu apenas 0,7% em São Paulo, 1,7% em Minas Gerais e 1,8% em Goiás, números abaixo da expectativa inicial de 4% a 5%, afirmou a analista Juliana Pila. O preço do leite captado em agosto teve alta de 1,7%, com o litro chegando a R$ 2,532, em média, nos 18 estados analisados.
“A produção não vem crescendo como esperado”, disse Juliana. Ela destaca que a previsão inicial era de queda nos preços em setembro, mas o calor extremo, a seca e as queimadas devem manter os valores altos.
Apesar do aumento, o lucro dos produtores é incerto. A seca reduz a produtividade e eleva os custos com suplementação alimentar. Segundo Antônio Pitangui de Salvo, presidente da Faemg, o prejuízo no setor é inevitável este ano. “O cenário será ruim se as chuvas chegarem agora e péssimo se vierem após 10 de outubro.”