Publicado em 11/09/2024O Brasil está suspendendo as exportações de carnes de fêmeas para a União Européia e para o Reino Unido. O Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio da Circular Nº 24/2024, comunicou as novas regras. A partir da primeira semana de outubro, apenas carne de machos será permitida para exportação, até a implementação de um protocolo que comprove que as fêmeas não foram tratadas com ésteres de estradiol para fins reprodutivos ou zootécnicos.
A circular foi enviada aos frigoríficos exportadores, à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) e à Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (ABCAR). O documento informa que "somente serão considerados elegíveis para a UE os animais machos até que ocorra a plena implementação do protocolo privado que garantirá que somente serão exportados para a UE produtos provenientes de fêmeas que nunca foram tratadas com ésteres de estradiol para fins reprodutivos ou zootécnicos."
O prazo estimado para a implementação do protocolo é de até 12 meses, dividido em etapas: adaptação do sistema (0-2 meses), acreditação e treinamento das certificadoras (2-4 meses), ciclo de certificação dos estabelecimentos (4-8 meses) e formação dos lotes de animais elegíveis (8-12 meses).
O estradiol é usado em protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Segundo Aécio Flores, vice-presidente da ABCAR, a entidade está desenvolvendo um protocolo de certificação para garantir a exportação de fêmeas livres de estradiol. “A exigência da União Europeia é clara. Estamos criando um protocolo de certificação para retomar a exportação de fêmeas. O melhor caminho é a construção de um protocolo”, afirmou.