Publicado em 11/09/2024A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se posicionou contra o aumento da tarifa de importação de pneus de 16% para 35%, argumentando que a medida pode levar ao sucateamento do setor. Durante audiência na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, o superintendente da ANTT, José Aires Amaral Filho, destacou que a alta dos custos afetaria especialmente os transportadores autônomos, que já enfrentam dificuldades com o aumento de insumos como o diesel.
Segundo a ANTT, 94% dos transportadores no país possuem até três veículos e não conseguiriam repassar os custos de pneus mais caros para o frete. “Sabemos que cabe ao Parlamento e ao Governo decidir, mas todos esses fatores devem ser analisados”, afirmou Filho.
Everaldo Bastos, da Fetrabens, reforçou que o aumento dos preços dos pneus poderia levar a nova greve de caminhoneiros, como ocorreu em 2018. Ele destacou que os caminhoneiros só conseguem comprar pneus novos devido à concorrência dos importados.
Por outro lado, a ANIP, que representa as fabricantes nacionais de pneus, apoia o aumento da tarifa, alegando prejuízos causados pelo crescimento das importações. A entidade prevê que, caso o aumento ocorra, os preços dos pneus subirão entre 20% e 25%.
Estudo da Guimarães Consultoria aponta que a medida elevaria os custos do transporte rodoviário em 6%, com redução de 8% nas vendas de pneus de passeio e 3,2% nos de carga, o que pode impactar a segurança no transporte.
A Abidip, que reúne importadores de pneus, alertou para os impactos negativos na economia, como aumento da inflação e dos custos de transporte. Ricardo Alípio, diretor da entidade, afirmou que a medida resultaria em pressões econômicas significativas.
Sindicatos estaduais também se manifestaram, destacando que o aumento da tarifa encareceria o transporte no país. Janderson Maçanero, da Associação de Caminhoneiros de Santa Catarina, criticou a medida, afirmando que pneus mais baratos melhoram a segurança e reduzem acidentes.