Publicado em 09/08/2022As geografias de atuação dos frigoríficos brasileiros listados serão determinantes para o desempenho financeiro do setor referente ao segundo trimestre, tendo em vista previsões de desaceleração das operações de carne bovina nos Estados Unidos, ao passo que melhores preços devem embalar exportadoras de proteínas na América Latina.
JBS e Marfrig são, nessa ordem, líderes na produção global de proteínas, com grande parte do lucro operacional advindo de operações na América do Norte.
Através das subsidiárias JBS USA Beef e National Beef, as companhias podem sentir uma pressão de 18% nos custos do gado, além de queda de 13% nos preços de venda praticados no mercado americano de frigoríficos.
A gigante americana de alimentos Tyson Foods, por exemplo, divulgou ontem um lucro de US$1,94 por ação referente ao terceiro trimestre fiscal, abaixo do consenso de US$1,98.
“Tais fatores devem levar a um recuo do EBITDA trimestral de JBS e Marfrig”, disse em relatório o analista Gustavo Troyano, do Itaú BBA.
Na sessão da última segunda-feira, os papéis da JBS e da Marfrig figuraram entre as maiores quedas percentuais do Ibovespa. As ordinárias da JBS caíram 3,64%, enquanto as da Marfrig recuaram 1,56%.
O consenso do mercado espera que a JBS registre um EBITDA de R$9,55 bilhões, queda de 18,4% na base anual. Já a Marfrig deve ver o indicador em R$2,33 bilhões, recuo de 40,3% na mesma comparação.
“Apesar disso, a diversificação de proteínas e geografias de atuação da JBS devem amenizar parte desse impacto”, ressaltou Troyano. Para a Marfrig, o analista prevê ganhos de rentabilidade pelas exportações da divisão na América do Sul.
Nesse sentido, a Minerva deve apresentar uma expansão de margens.
Com plantas espalhadas por toda a América Latina, a companhia deve se beneficiar da maior disponibilidade de gado no Brasil e da alta de 30% nos preços de exportação, disse Troyano, citando dados da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Com informações do TC.