Publicado em 25/07/2022A Federação da Agricultura do Ceará (Faec) reúne hoje presidentes de sindicatos rurais e empresários para dar início a uma campanha cuja finalidade também é tornar o Estado zona livre da febre aftosa sem vacinação.
Hoje o Ceará já zona livre da aftosa, mas com vacinação.
A reunião de hoje tem, porém, do ponto de vista econômico, um objetivo maior: plantar a semente de um projeto de instalação, no médio prazo, de um grande frigorífico industrial para atender ao que o presidente da Faec, Amílcar Silveira, chama de “uma bomba atômica, que é o gigantesco mercado consumidor de carne bovina e suína de Fortaleza e sua Região Metropolitana, estimado em mais de três milhões de bocas”.
Tornando-se zona livre de aftosa sem vacinação, o Ceará estará, literalmente, livre, também, para incrementar uma política de incentivo à criação de gado de corte, multiplicando o seu atual rebanho bovino, que é só de 2 milhões de cabeças, muito pouco diante do alto consumo local (estima-se que a atual produção cearense de proteína bovina atende menos de 50% do consumo estadual).
Tornar o Ceará zona livre da aftosa sem vacinação, porém, “levará algum tempo”, diz Amílcar Silveira, acrescentando:
“Como todo caminho começa ao caminhar, o primeiro passo desse projeto estamos dando agora, desenvolvendo um esforço no sentido de engajar toda a comunidade de criadores de bovinos e suínos para, primeiro, nos livrarmos da aftosa sem vacinação e, em seguida, implantarmos o frigorífico industrial”.
A ideia do frigorífico foi levantada há poucos meses pelo empresário Beto Studart, ele mesmo um criador de gado de corte, da raça Nelore, em sua fazenda Chica Doce, nas cercanias de Fortaleza.
Candice Rangel, agropecuarista que, em Brejo Santo, mantém um rebanho de corte de 2.500 cabeças de gado Nelore, entusiasma-se com a ideia e garante apoio ao esforço da Faec:
“Podemos mobilizar os criadores da região do Cariri, primeiro para estudar a viabilidade do projeto, depois para dimensionar o tamanho do mercado e, com base nele, definir a planta industrial do frigorífico”, diz Candice. Com informações do Diário do Nordeste.