Publicado em 01/07/2022A França planeja banir o uso de nomes de carne como “bife” e “linguiça” em alimentos proteicos à base de plantas, de acordo com um decreto publicado nesta quinta-feira (30/6), em uma tentativa de evitar confusão sobre a moda das carnes alternativas.
A França é o primeiro país da União Europeia a efetuar tal movimento.
O mercado de alimentos semelhantes à carne à base de vegetais aumentou nos últimos anos, atraindo grandes investimentos de grupos agroalimentares globais.
“Não será possível usar a terminologia específica do setor tradicionalmente associada à carne e peixe para designar produtos que não pertencem ao mundo animal e que, em essência, não são comparáveis”, diz o decreto oficial.
O regulamento se aplica apenas a produtos fabricados na França, e o maior lobby agrícola do país, FNSEA, disse que não foi longe o suficiente, pois deixou a porta aberta para as importações.
A associação francesa da indústria de carnes Interbev saudou a implementação da lei adotada inicialmente em 2020, logo após o fim do bloqueio pandêmico.
“Esta disposição é um primeiro passo em território francês, pioneira na proteção de seus nomes, que deve ser estendida a nível europeu”, afirmou em comunicado.
Termos como “leite”, “manteiga” e “queijo” já são proibidos a nível europeu em produtos que não sejam de origem animal.
A palavra “hambúrguer” usada por muitas marcas, incluindo as empresas americanas Beyond Meat, Impossible Foods e Burger King para atrair consumidores, ainda seria permitida, pois não se refere especificamente à carne, disse um porta-voz da Interbev.
Investidores-anjo, capitalistas de risco, bem como maiores investimentos de gigantes agroalimentares como Cargill, Danone e Nestlé, ajudaram a aumentar a taxa de crescimento da indústria global de alimentos à base de vegetais. Esse crescimento está previsto em 19% ao ano durante o período 2022-2027 pela ResearchAndMarkets. Com informações da Reuters.