Publicado em 26/05/2022Os auditores fiscais federais agropecuários aprovaram ontem, em assembleia extraordinária, o indicativo de greve da categoria, que pede ao governo federal reestruturação da carreira e aumento de salários. Com a decisão, a partir de hoje, os servidores poderão parar de vez a qualquer momento.
Segundo o Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuários (Anffa Sindical), mais de 92% dos auditores que participaram da assembleia foram a favor do indicativo de greve. Mais cedo, ao ser questionado pelo Valor sobre a situação da categoria, o ministro da Agricultura, Marcos Montes, disse que o momento não era "oportuno" para uma "pressão desenfreada" dos servidores, embora defenda o pleito.
O presidente do Anffa, Janus Pablo, disse que a aprovação do indicativo de greve é um recado ao executivo federal. "Os auditores fiscais federais agropecuários querem reconhecimento do trabalho realizado e da relevância da carreira para o desempenho positivo do agronegócio brasileiro", disse em nota.
Com a possibilidade de greve, os auditores agropecuários, que já estão em operação-padrão desde dezembro, vão intensificar a mobilização e esticar ao máximo os prazos para realização das atividades rotineiras. A medida é uma "advertência" que permite à categoria entrar em greve sem a necessidade de realizar nova assembleia, mas apenas fazer as comunicações necessárias ao governo no prazo determinado.
Segundo o sindicato, os servidores "vão manter o ritmo normal de trabalho somente para as atividades que podem afetar diretamente o cidadão, como a liberação de cargas perecíveis e de animais domésticos para viagens". A mobilização também não deve atingir a realização de diagnóstico de doenças e pragas.
Os auditores reclamam de "tratamento desigual" em relação a outras categorias, que foram incluídas em planos de reestruturação salarial. De acordo com o Anffa Sindical, a categoria está sem reajuste salarial desde 2017 e enfrenta um déficit de 1,6 mil servidores, além de excesso de horas extras e banco de horas que não podem ser convertidas em folgas pela carência de servidores. Atualmente, pouco mais de 2,5 mil profissionais estão em atividade no Ministério da Agricultura. Com informações do Valor.