Publicado em 25/05/2022A produção agrícola brasileira depende hoje de 85% de fertilizantes importados para se viabilizar. E no caso específico do potássio, crucial em todas as culturas agrícolas, a dependência do insumo importado chega a 96%. Esses foram os dados apresentados por Luiz Rangel, que representou o Ministério da Agricultura no debate que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado promoveu nesta terça-feira (24).
De acordo com os dados e projeções apresentados por Rangel, esse quadro de dependência externa deve se manter por um longo tempo: o Plano Nacional de Fertilizantes, apresentado recentemente pelo governo federal, prevê que a dependência de fertilizantes importados diminua para 50% em 2025. "E isso se todas as ações desse plano forem bem-sucedidas", frisou o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que presidiu a audiência pública.
O debate aconteceu a pedido de Vanderlan e também dos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Zequinha Marinho (PL-PA).
Sanções
Segundo o representante do MInistério da Agricultura, a dependência externa de fertilizantes começou a se tornar mais problemática no ano passado, devido às sanções ocidentais contra Belarus (ou Bielorrússia), país do qual o Brasil estava importando cerca de 19% do que aplicava na produção agrícola. A situação piorou em 2022 a partir das sanções contra a Rússia, que responde por aproximadamente 23% das importações brasileiras de fertilizantes. As sanções têm contribuído também para a explosão dos custos de importação. Segundo Luiz Rangel, na prática o Brasil não consegue mais importar de Belarus, e as importações da Rússia ainda não foram afetadas, mas a entrega está bem mais lenta. Com informações da Agência Senado.