Publicado em 24/09/2021A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu no fim da tarde desta quinta-feira parecer aprovando a aquisição das ações da BRF pela Marfrig. O aval, aguardado com grande expectativa, saiu quatro meses após o surpreendente movimento da empresa de Marcos Molina, que comprou 31,67% das ações da BRF no mercado em menos de um mês, entre maio e junho. A Marfrig já declarou que pretende ser um investidor passivo na BRF.
Pelos trâmites usuais, a aprovação da superintendência do Cade será publicada no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer entre hoje e segunda-feira. Após a publicação, os conselheiros do órgão ainda terão 15 dias para avocar o caso para o plenário, se for o caso.
De qualquer modo, a superintendência geral deu parecer favorável sem restrições, o que já era esperado tendo em vista as características das duas companhia: a Marfrig não produz carnes de frango e suína e seus derivados e a dona da Sadia, por sua vez, não produz carne bovina.
No tramitação do caso no Cade, os maiores questionamentos foram sobre o mercado de hambúrguer. No varejo, a participação das marcas da Marfrig é inexpressiva. A companhia de Marcos Molina já tinha uma parceria de fornecimento com a BRF, produzindo em sua unidade no município de Várzea Grande (MT) o hambúrguer para as marcas Sadia e Perdigão.
No segmento de hambúrguer, a líder de mercado no Brasil é a rival JBS, dona das marcas Friboi e Seara. De acordo com informações da consultoria Nielsen, a BRF tem 28,6% do mercado brasileiro de hambúrguer e a JBS, 35,5%. Com informações do Valor.