Publicado em 28/07/2021Principal setor atingido pela crise global de falta de contêineres deflagrada após a pandemia de Covid-19, a indústria frigorífica pretende pedir ajuda ao governo para a adoção de medidas econômicas que possam ser tomadas para fazer frente ao problema.
De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, esse é “um dos principais itens” a gerar a necessidade de reorganização da cadeia produtiva hoje, devendo ser pauta de reunião ainda nesta semana para discutir o papel do Estado no enfrentamento do problema.
“A expectativa é de que se tenha uma reunião interna esta semana para colocar alguns pontos e, na sequência, demonstrar ao governo a situação que se encontra o setor para ver quais providencias a gente pode tomar sob o aspecto legal em relação a essa grande dificuldade hoje”, afirmou Carmadelli durante a apresentação do relatório Beef Report 2021, publicado anualmente pela Abiec.
De acordo com o documento, a indústria de carne bovina faturou R$ 179,01 bilhões no ano passado, crescimento de 24,4% ante 2019.
O resultado foi atribuído às boas condições do mercado de proteína animal durante a pandemia. “A gente tem tido sucesso de ter uma cadeia praticamente com poucos danos, o que nos leva a um cenário estratégico futuro bastante interessante, vislumbrando a necessidade de vários países que estão passando e vão passar por algumas dificuldades lá na frente”, avaliou o presidente da Abiec.
Em relação à crise de contêineres, Carmadelli destacou ser cedo para avaliar o impacto sobre as exportações esperadas para este ano, mas reconheceu que o problema tem atrasado a programação dos embarques e gerado “alta lucratividade” para as empresas de transporte marítimo.
“O que está acontecendo é que isso vai retardando um pouco o processo que anteriormente se mostrava num ciclo normal. E o mais importante nesse momento é a gente ter essa providência do que é factível a nível de governo em cima desses controles, até porque são poucos armadores, e também mensurar qual o prazo que a gente pode perceber em relação a resolução desse problema”, completou Camardelli. Com informações do Globo Rural.