Publicado em 24/07/2020O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, afirmou ao Valor que a suspensão das exportações de frigoríficos brasileiros pela China afeta a rotina de funcionamento e o valor de mercado dessas companhias. Ele reforçou a posição do governo brasileiro de que os bloqueios são “injustificados”.
Ontem, o ministro conselheiro da embaixada chinesa, Qu Yuhui, disse que a interrupção na compra de carnes de algumas plantas brasileiras foi uma “medida de precaução” adotada por Pequim e que isso não vai prejudicar o comércio entre os dois países.
“As suspensões podem não impactar o volume total de proteína animal exportada no ano pelo Brasil, mas têm efeitos negativos sobre a cadeia produtiva, ao afetar o funcionamento de frigoríficos. Mexe com o valor das ações das companhias, com a estrutura de produção, com os planos de vendas”, opinou Ribeiro.
Segundo ele, o agronegócio não pode ficar sujeito a “sacolejos” comerciais como as suspensões dos frigoríficos que, na visão de Brasília, são injustificadas. “Não há nenhuma evidência científica de que o vírus possa ser transmitido por alimentos ou que seja viável em embalagens após mais de 30 dias de transporte”, destacou.
Ribeiro afirmou ainda que o setor agropecuário brasileiro está aberto para negociar acordos de livre comércio com a China ou outros países, mas ponderou que o arranjo depende de outros segmentos da economia Com informações do Valor.