Publicado em 07/06/2006Sen. Demóstenes Torres (PFL-GO)
Há um ano o governo Lula conhecia a beira do precipício. A denúncia mais grave era a aquisição da base parlamentar. O escândalo ganhou elementos novos e produziu uma crise continuada que nem o carnaval conseguiu apagar. Quando parecia que havia chegado ao fim, Lula deu a volta por cima não com um pedido de desculpas, o que seria crucial em um país cristão. Fez o contrário e decidiu ampliar o pecado. Já que a oposição não era tão oposição assim e a perplexidade da Nação não foi às ruas protestar, o presidente resolveu estender o mensalão para grande parte do País. Lula passa muito bem depois de praticamente ter comprado o Brasil. A exceção foram alguns órgãos da grande imprensa, que preferiram a independência editorial.
O bombardeio de exposição publicitária do governo foi positivo, é claro, mas não explica tudo. Grande parte da recobrada popularidade do presidente se deve ao varejão intenso patrocinado pelo poder central. Lula fez aquisições políticas em todos os setores da sociedade. Na maioria dos casos, comprou o silêncio e a omissão para que pudesse sustentar a desfaçatez e deixar que o tempo se encarregasse de dissipar o escândalo. Muitos perguntam: onde está a indignação? A resposta está, infelizmente, na assertiva de que o dinheiro público compra simpatia.
A primeira grande aquisição foram os parlamentares e, no final das contas, o mensalão saiu barato a se considerar os R$ 41 bilhões despendidos a mais no orçamento de 2005, um aumento no gasto público de 12%. Afinal, houve deputado que custou R$ 20 mil. O grande balcão de negócios foi o Bolsa-Família. Por intermédio da sinecura encarregada de gerar renda extra Lula angariou base popular sólida. Não resolveu o problema da fome, não criou mecanismos para diminuir a pobreza, mas reuniu um exército de 8 milhões de famílias dependentes da caridade estatal. Deu certo e o governo comemora o fastio de popularidade.
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