Publicado em 18/03/2024A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um aumento no registro de invasões de terra em 2024, embora espere números inferiores aos de 2023, ano em que se contabilizaram 71 invasões, representando um aumento de 208% em comparação com as 23 de 2022.
Durante o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram observadas mais invasões do que ao longo de toda a administração de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, período em que a CNA registrou 62 invasões, 12% menos que no último ano.
Até agora, em 2024, a CNA relatou quatro invasões nos estados da Bahia, Ceará, Minas Gerais e Paraná, uma em cada. O "abril vermelho", mobilização anual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tende a elevar o número de casos, conforme José Henrique Pereira, assessor técnico da CNA.
"No 'Carnaval vermelho' do ano anterior, registramos 13 invasões, então esperamos mais casos durante esses eventos. Apesar das expectativas de números menores que em 2023, a tendência é de continuidade neste ano", afirmou Pereira.
A CNA criou uma plataforma em fevereiro para o registro de invasões, com o intuito de facilitar denúncias e qualificá-las para ação das autoridades. "Recebemos a denúncia e solicitamos detalhes como data, área e município. Em seguida, encaminhamos à federação local para confirmação", explicou Pereira, que já contabilizou 17 denúncias, a maioria referente a invasões antigas.
Diante da expectativa de novas invasões em abril, movimentos no Congresso Nacional buscam medidas para contê-las. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC), planeja propor leis que endureçam as punições a invasores, em resposta às mobilizações do MST.