Publicado em 16/03/2018O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, confirmou ontem a filiação da senadora Kátia Abreu (TO) e anunciou que ela será a candidata da legenda ao governo do Estado. Ela estava sem partido desde novembro de 2017, quando havia sido expulsa do MDB.
"O passo é esse. Ela se filia no dia 2 de abril e já a lançamos candidata a governadora lá em Tocantins", disse Lupi.
Eleita em 2015, a Kátia Abreu tem mandato até 2023 e não corre o risco de ficar sem cargo ainda que seja derrotada nas urnas.
Ao optar pelo PDT, a senadora ganha de maneira quase automática o comando de uma segunda sigla no Estado. Seu filho, o deputado federal Irajá Abreu, já é o presidente estadual do PSD no Tocantins.
Lideranças políticas em Palmas já dão como certo que os dois partidos comporão uma mesma chapa no Estado visando as eleições de outubro.
"Eu não tenho nenhuma dúvida de que essa aliança [PSD-PDT] será concretizada. Essa eu tenho certeza absoluta", diz Angelo Agnolin, presidente do PDT no Tocantins. "Outras alianças virão em decorrência de outros entendimentos."
O próprio Agnolin reconhece que dificilmente permanecerá à frente do PDT em Tocantins. Para ele, é natural que a partir de sua filiação a senadora passe a comandar o diretório estadual.
"Quem vai fazer o maior investimento e se expor a todos os riscos é a senadora", diz Agnolin. "É melhor que ela seja presidente [estadual] e até delegue a alguém um subcomando."
Um desafio é conseguir o apoio do PT à sua candidatura. A senadora mantém uma boa relação com os petistas nacionalmente, o que não ocorre em nível local.
Lupi afirmou que a migração da senadora ao partido teve o dedo da ex-presidente Dilma Rousseff, de quem ela foi ministra da Agricultura a quem se manteve fiel até o último momento. Apesar de à época pertencer ao PMDB de Michel Temer, Kátia votou contra o impeachment de Dilma, que foi filiada ao PDT por mais de duas décadas, entre 1980 e 2001, quando foi para o PT.
As posições de Kátia Abreu - contra o impeachment e de oposição ao governo Michel Temer - foram usadas pelo MDB como justificativa para sua expulsão da sigla. Kátia votou contra a reforma trabalhista e se opôs desde sempre à reforma da Previdência. Com infomações do Valor.