Publicado em 21/09/2017A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS aprovou nessa quinta-feira (21) um convite para que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot vá ao colegiado prestar esclarecimentos sobre a delação premiada do grupo. Os parlamentares também decidiram convocar o ex-procurador Marcelo Miller, que foi braço direito de Janot, e o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, envolvidos na polêmica em torno da delação da JBS.
A CPI também aprovou a convocação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do grupo J&F, dono da JBS, e dos executivos Ricardo Saud, Valdir Aparecido Boni, Francisco Assis e Silva, Florisvaldo Caetano de Oliveira, Fábio Chilo e Demilton Antônio de Castro. Além deles também prestarão depoimentos o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o advogado da JBS Willer Tomaz de Souza.
Janot deixou o comando do MPF (Ministério Público Federal) no domingo (17). Como se trata de um convite, quando a ida da pessoa em questão é opcional, ele não é obrigado a ir. Já os convocados terão de comparecer. A CPI ainda não definiu uma data para ouvir convocados e convidados.
Dos 30 parlamentares que fazem parte do colegiado (quatro postos estão vagos), 12 estavam presentes no momento da aprovação do convite de Janot e apenas o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi contra.
A convocação de Miller e Vilela foi unânime entre os deputados e senadores. Miller é suspeito de atuar para a JBS enquanto ainda era servidor público, e Vilela é acusado de repassar informações aos donos da JBS quando trabalhava na equipe do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Delegados da Policia Federal que atuam ou atuaram nas operações Bullish, Greenfield, Sépsis, Cui Bono?, Tendão de Aquiles e Patmos também foram convocados. Os nomes dos que serão ouvidos no entanto serão repassados pela diretoria da Polícia Federal.
As únicas convocações que geraram polêmica entre os integrantes da CPI foram a de Luciano Coutinho e Willer Tomaz de Souza. Paulo Pimenta (PT-RS) não concordou com a convocação do ex-presidente do BNDES durante as gestões Lula e Dilma. "Luciano Coutinho não é acusado de nenhuma irregularidade e por isso deveria ser convidado e não convocado", afirmou.
Já Wadih Damous (PT-RJ) até concordou em trazer Willer para prestar depoimento, mas fazendo ressalva de que a condição de advogado seja respeitada. "Concordo com a convocação do advogado, desde que isso não tenha relação a qualquer ataque a prerrogativas da profissão", disse. Com informações do UOL.