Publicado em 24/07/2017O Brasil vai ajudar o Iraque a recompor seu rebanho bovino, dizimado pelo Estado Islâmico. O rebanho era de 2,5 milhões de cabeças, mas 70% desapareceram por causa de ações do grupo extremista. O empresário Hayder Majeed Hameed, dono do Hameedan Group, que tem foco no mercado de proteína animal, esteve no País para negociar com três empresas o embarque de cinco mil cabeças de bovinos por mês, pelo porto de Barcarena, no Pará. “Da experiência que tivemos com o gado do mundo inteiro, o brasileiro foi o que conseguiu se adequar ao clima iraquiano”, disse Hameed à coluna. O primeiro navio parte em setembro. Hammeed ainda pretende comprar uma propriedade no Pará, com capacidade para 10 mil cabeças, para atender sua demanda no Iraque.
O vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque, Jalal Jamel Chaya, contou que o governo iraquiano está investindo US$ 400 milhões para recuperar a agropecuária nos próximos cinco anos. Para a pecuária de corte e de leite, a ideia é assentar pequenos proprietários em áreas recuperadas, como Mossul.
Brasil e Iraque abriram o mercado para gado vivo em 2015. A exportação cresceu 9% no primeiro semestre deste ano, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, com um total de 12.540 cabeças. O interesse dos iraquianos é pela raça nelore pura e a cruzada com a angus, e vacas leiteiras girolando.
O Mubadala, fundo soberano de investimentos de Abu Dhabi, também está de olho no agronegócio brasileiro. Com US$ 122,4 bilhões em aportes no mundo, o fundo tem interesse em soja, algodão e pecuária e estuda investir US$ 50 milhões para colocar o pé no setor na América Latina. No Brasil, os investimentos do Mubadala somam US$ 2 bilhões em petróleo, química e energia. Com informações do portal Estadão.