Publicado em 23/06/2017Um pedido de recuperação judicial é apontado por especialistas que acompanham o caso da JBS como uma alternativa para os irmãos Batista protegerem o patrimônio das empresas do grupo J&F. Esse seria um “plano B” à venda de ativos a toque de caixa, que não avança no ritmo desejado. Como se não bastasse o grande temor de investidores em relação à insegurança jurídica dos acordos de leniência feitos até agora no País, a Justiça Federal jogou areia na venda dos ativos da JBS na América Latina para a Minerva. Na sequência, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de bens da empresa. Assim, uma coisa é certa: o congelamento do processo de desinvestimento dá tempo para que os interessados nas empresas do grupo aprofundem suas diligências – a contragosto dos irmãos Batista, que vinham pressionando potenciais compradores para um rápido desfecho. Procurada, a JBS não comentou.
Refresco
Mas os problemas não param por aí. No caso da JBS, a dívida é alta e o valor a ser captado com a venda de ativos já anunciada pela companhia faz, nas palavras de um interlocutor, apenas cócegas. Além disso, os bancos credores certamente ficarão com parte dos recursos. Sem falar que a conversa passa também por BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que precisam liberar garantias. E o mercado desconfia que o presidente Michel Temer possa se vingar de Joesley Batista por meio de algum banco público, justamente em um momento em que o BNDES tem feito esforço para cumprir ritos de compliance e transparência. Com informações do portal Estadão.